Porta Dos Teus Sonhos

Sonhar = Entregar-se a fantasias e devaneios

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Back to Business


Depois de uma alvorada de emoções há que voltar para a realidade.
Após um pequeno-almoço reconfortante sigo para Le Bourget onde decorre outra feira. Aqui a parte curiosa é que 95% dos expositores são do extremo oriente. Chineses, Indianos, paquistaneses, tailandeses, etc, etc, estão reunidos num espaço amplo e que nos transmite a sensação que estamos na Ásia.
Um ambiente sui generis.

Almoço na companhia de um amigo Indiano e retorno a Paris.
Volto a “gramar” os artistas de ocasião e só pedia que não aparecesse a “Piaf”.
A visita a lojas de referência é obrigatória para sentirmos o que a concorrência está a colocar no mercado. Além das Lafayette quero ir a 3 lojas mais. As visitas são em passo acelerado pois tenho de ir para o aeroporto. O que vejo não me entusiasma portanto nada de novo.

Estou a caminho de Orly e enquanto espero a chegada do metro oiço um quarteto de cordas que toca num dos túneis. A ressonância do som sobre aqueles túneis faz com que a musica nos envolva de tal maneira que parece que estamos num teatro.
Estes sim, são verdadeiros artistas!

Chego a Orly, faço o check in e sigo para a porta de embarque. Estou desejoso de voltar. Vou para o bar e enquanto troco impressões com colegas do ramo escrevo este post.

Adorei estar naquela janela.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Paris, 5 da manhã

5 da manhã e o sono há muito que se foi.
No 12º andar do meu hotel aproximo-me da janela e contemplo uma cidade que se prepara para acordar. A visão que tenho fascina-me.
Lembro-me de ti.
Procuro entre as gotas de uma chuva miudinha o caminho para que te possa trazer até mim. Uma vez mais estaremos de corpos entrelaçados, de almas coladas, numa fusão perfeita entre dois seres.
Junto a esta janela imagino-me a fazer amor contigo tendo Paris como voyeur.
Sei que estás comigo pois sinto a tua presença quando olho o horizonte. Paro o instante numa memória fotográfica e as minhas mãos animadas pela tua presença soltam-se no vidro desta janela para criar as linhas do teu corpo.
Olho para a cidade e descubro o brilho dos teus olhos entre milhares de luzes que me acompanham. No cerne deste sonho deixo-me ficar sabendo que ainda que não me vejas me reconheces em cada letra que te escrevo.
Reinvento os momentos já passados neste post que te dedico. Não há tempo, não há distancia, não há dimensão que consiga conter a força da escrita que de uma forma tão única fazemos chegar um ao outro no eco dos nossos pensamentos que tanto se dizem…
Ao fundo as musicas que escuto dão cor a este desejo com palavras emprestadas.

domingo, fevereiro 25, 2007

De volta a Paris

Paris é uma das cidades que me sinto bem. Apesar de visita-la com alguma frequência sinto que a conheço mal.
Claro que não posso esquecer que venho cá com intuitos profissionais e normalmente com horários muito apertados o que me limita qualquer hipótese de turismo.
Noto também que cada vez que cá venho o custo de vida torna-se quase insuportável para nós Portugueses. E logo eu que não sou adepto de sandes para o almoço!
Será que ando a vender as minhas peças barato demais?
Se a viagem já custa mais do que ir a NY em tempos de promoções, o hotel com tarifas especiais outra pequena fortuna e….as refeições, o RER, o Metro, enfim…
Bolas… estou a ganhar pouco, tenho que rever isto!

Por falar em Metro e RER, mal aterrei em Orly fui directo para o local onde decorria a feira de tecidos, objectivo da minha viagem. Em termos geográficos posso dizer que cheguei a um extremo da Paris e tive de me deslocar exactamente para o outro extremo. São cerca de 30 a 40 minutos de comboio (RER) e acho que nunca fui tão “bombardeado” com tantos “artistas” que aparecem nestes meios de locomoção como desta vez. Coloquei aspas nos artistas pois se alguns soubessem a figura que fazem estariam era calados e quietos. Eles são guitarristas, violinistas, acordeonistas, cantores, eu sei lá ! É quase impossível evitar de sorrir da figura que alguns fazem e só o respeito por essas pessoas me faz conter uma boa gargalhada. Ainda bem que estava sozinho pois não sei se aguentava se estivesse acompanhado.
Cito o caso de uma mulher que foi a cantar canções da Piaf durante quase 15 minutos na minha carruagem e que quase toda a gente se cotizou de uma forma tão rápida que a pobre da mulher nem percebeu que queríamos que ela se calasse de uma vez por todas pois já estávamos a entrar em pânico!!! Nem a deixamos fazer o “encore” pois se calhar a mulher saìria era pela janela!
A pobre da Edith devia estar ás voltas no túmulo sempre que esta mulher iniciava o seu reportório!

sábado, fevereiro 03, 2007

Estar Com Gripe

Entre a cama que me conhece e o sofá como plano B perdem-se livros e revistas. Umas mundanas outras técnicas, enfim o que se arranja para se ocupar um tempo que não sabe muito bem como ocupar.
O meu portátil está aberto há imenso tempo e ainda assim, é mínima a vontade de entrar nesta blogosfera nesta globalização que me ocupa parte do meu tempo.
Leio rapidamente os meus mails porque esta ansiedade de saber o que se está a passar é maior do que estes sintomas que tardem a acalmar.
Há que chamar o médico. Conclusão. Afinal estou bem pior do que pensava! Ele dá-me uma injecção (já não me lembrava da ultima vez que apanhei uma) o que me dá imediatas melhoras.
A receita é grande e a panóplia dos comprimidos que terei de engolir assusta-me.
“ Tem de ser, diz o médico…e repouso absoluto, nada de sair de casa e apanhar frio! “.
Boa, lá se vai o FCP, o ginásio….mas o que estou aqui a dizer?
Acho que a febre está a fazer com que eu delire.
Os telemóveis estão desligados. Lá dentro ficam perguntas e respostas que ignoro, reuniões que não serão realizadas nem justificadas, projectos interrompidos, afinal agora sem importância.
Cá fora ficam apenas os sintomas do que sinto. Os meus olhos vidrados forçando à indolência. A boca seca sem gosto. O nariz tornou-se inútil, lambido de tanto lenço de papel, sufocado.
Cessaram-me todas as preocupações, todas as responsabilidades, todas as pressas, apenas fica o tempo, no quanto se tiver de demorar em mim.